Ela fica escondida, mas atenta a tudo. Sempre encontra subterfúgios, estratégias para viver na sombra, afinal, não sobrevive só de aparências, nem tão pouco tem fôlego para estar presente no dia a dia. É capaz de ficar quase invisível, aguardando o melhor momento para se revelar.
Não sabemos exatamente quando nasceu. Do nada pode chegar e tomar conta, ultrapassar barreiras e avançar, sem limites, provocando recordações, imprimindo a sua marca, pois tem sentimentos dúbios.
A cada aparição desestabiliza, confunde. Ninguém segura quando decide avançar. Toma conta e segue acreditando que é feita de certezas. Tira o sono, quando insiste em prevalecer. Pode se revelar nos detalhes e surpreender. Tem crises de autoestima, mas como uma fênix ressurge.
Subestimar a sua força, o seu querer, nem pensar, pois é capaz de rompantes e de estratégias inimagináveis para atingir os seus objetivos. Ultrapassa limites e barreiras com tanta disposição, que nada a contém.
Quanto mais se revela, descubro que da vida pouco sei! Engana-se quem pensa que ela é dissimulada. Na verdade, é despretensiosa, sorrateira, mas também certeira. Talvez nos conheça mais do que imaginamos. E essa intimidade nos leva ao descompasso.
Como lidar com essa outra, que habita em nós? Desmistificando as suas estratégias, rompendo a barreira do medo, que insiste em segurar o nosso lado avesso.
Todos temos forças e fraquezas, que desconhecemos, então, é chegada a hora de conviver com todas as nossas versões. Avante!