Local de descanso e férias para boa parte dos gaúchos, o Litoral Norte também representa trabalho e oportunidade de negócios para empresários de todo Estado. Com a migração populacional para a região durante os meses de verão, alguns empresários também decidem levar seus negócios para lá. Impulsionados pelo "esvaziamento" das cidades de origem, lojistas optam por migrar sua estrutura comercial para as cidades litorâneas.
Isabela Custódio Dias, 20 anos, é vendedora na loja da mãe, que levou todos os produtos do empreendimento de Taquara para a Avenida Paraguassú, em Tramandaí. A decisão de migrar os negócios da família não chega a ser uma novidade, já que era uma prática adotada há quatro anos, mas suspensa em 2021 devido a pandemia.
Neste ano, elas decidiram retomar a velha prática, motivadas pelo grande número de conterrâneos que veraneiam em Tramandaí. Elas abriram negócio na cidade ainda em dezembro. "O povo vem todo para cá, então achamos que é melhor trazer a loja do que ficar lá com pouco movimento", explica Isabela. Com isso, eles conseguem oferecer aos clientes mais antigos os mesmos produtos que encontrariam na cidade de origem.
Para atender aos veranistas, a lógica da loja precisa de mudança, já que diferente dos outros meses do ano, os horários de maior procura mudam. “A gente vende mais pela manhã, por incrível que pareça, e pela parte da noite. A tarde a maioria está na praia”, revela Isabela. Para atender a essa demanda, logo cedo, às 8h, as portas estão abertas aos clientes, e o fechamento só vai acontecer por volta das 22h.
Um dos desafios é atender ao principal pedido dos clientes, o preço baixo, já que os custos para manter o negócio no Litoral Norte é mais elevado do que em Taquara. “Eles procuram muito preço, mas aqui o custo é alto, é tudo mais caro”, revela Isabela. Mesmo assim, ela diz que ainda vale a pena investir na migração do negócio para o litoral.