Criatividade, colorido e conhecimento. É usando dessas premissas principais que alunos da Escola Estadual Maria Medianeira, de Sapucaia do Sul, estão colocando em prática o aprendizado adquirido sobre a Lei Maria da Penha nas últimas semanas. Dentro de um projeto interdisciplinar realizado na instituição de ensino, os estudantes estão conhecendo mais sobre o tema e, a fim de dividir o que aprenderam, farão uma ação especial de divulgação do assunto na comunidade.
Um dos coordenadores do trabalho na escola, o professor de História Gelson de Oliveira Freire explica que o projeto surgiu por iniciativa da 27ª Coordenadoria Regional de Educação (27ª CRE), que indicou a utilização da temática nos educandários da região. Dentro disso, Freire conversou com os demais professores e, juntos, resolveram trabalhar o tema em todas as disciplinas, envolvendo várias áreas do conhecimento, com alunos do 6º ao 9º ano.
"Acho fundamental trazermos para dentro das escolas e podermos trabalhar com os alunos esse assunto, porque muitos alunos também estão inseridos nessa realidade, então, trazer isso, é uma forma de ajudar também. Quanto mais pessoas tiverem conhecimento dessa lei, melhor vai ser para difundirmos ela", avaliou o professor.
A forma com que os estudantes receberam a temática também chamou a atenção de Freire. "Eles mostraram que tinham desconhecimento, e começaram a perceber que conheciam casos ou pessoas que acabaram passando por isso", disse o educador, lembrando que todas as faces da lei foram tratadas - a agressão psicológica, não somente a física, por exemplo.
Na última semana, os colegas do 8º ano Higor Carboni, 13, e Bruno Lima, 14, faziam o cartaz que devem levar na ação. "É muito importante (conhecer o tema) até para a proteção da mulher, porque, ao longo do tempo, ela foi muito desvalorizada e essa lei tem que ser divulgada", entende Higor. "Eu mesmo não sabia as formas de denunciar. É fundamental divulgarmos", completou Bruno.
No laboratório de informática, a professora Gisele da Silva orienta a criação dos folders que serão distribuídos.
Diretora da escola, Maria Ivone Joras conta que recebeu com satisfação a proposta da 27ª CRE de disseminar a lei em sala de aula. "Eles (alunos) vendo só na Internet, não fica bem esclarecido e a escola tem a obrigação de esclarecer e o dever de explicar o que é isso", avalia.
O mesmo pensam as estudantes do 8º ano Jhesika Silva, 13, e Milena Fleck, 15. "É muito importante, porque as mulheres sofrem muitos abusos, até psicológicos, e, às vezes, não pedem ajuda, porque têm medo que a pessoa que está abusando dela vá fazer alguma coisa", comentou Jhesika.
Mãe de Igor, 12 anos, aluno do 7º ano da escola, e integrante do Círculo de Pais e Mestres (CPM) da instituição, Djenifer Dechener, 38, disse que está sendo legal ver todos empenhados no projeto e que a iniciativa tem sido ótima para seu filho. "Ele chega em casa contando, questionando, dizendo que tem formas da gente ajudar, que podemos cuidar a nossa volta. Ele fala sobre as coisas que o professor vai explicando e identifica situações que ocorreram e que sabe que não são corretas."