Das 7 às 13 horas de quinta-feira (4), o Hospital Regina, em Novo Hamburgo, fechou sua emergência pediátrica. A comunicação foi feita publicamente pelas redes sociais da instituição de saúde. O hospital justifica a medida pela dificuldade de contratação de pediatras, situação que já vem sendo observada na rede pública de saúde da região há mais tempo.
Ainda na quarta-feira (3) à noite, o comunicado do hospital nas redes sociais dizia: "A Instituição reforça que, assim como diversos hospitais, vem enfrentando dificuldade na contratação desta especialidade. Apesar disso, sempre buscou alternativas e contou com a colaboração dos médicos pediatras para suprir a demanda. Para este dia, porém, teve esgotadas as possibilidades." A publicação também orientava os pacientes a buscarem prontos atendimentos e hospitais de referência de seus convênios.
Realidade estadual
A dificuldade em encontrar médico especializado, como pediatria, é uma realidade em todos os hospitais, aponta o presidente do Sindicato dos Médicos de Novo Hamburgo (SindMed), Kleber Fisch. "O que acontece é que a hora paga não fica atrativa para a especialidade. A falta de pediatria no Estado acontece por valores baixos e que não condizem com o grau de responsabilidade e especialidade dos colegas", arremata Fisch, representando a entidade que abrange Novo Hamburgo, Campo Bom, Dois Irmãos e Estância Velha, onde há em torno de 150 pediatras.
"Estamos vendo, infelizmente, casos de migração de nossos pediatras saindo do Rio Grande do Sul para outros Estados em busca de melhores oportunidades profissionais", acrescenta Amantea. Ele frisa que há um número adequado de pediatras segundo os parâmetros da Organização Mundial da Saúde. Apenas na entidade são registrados 3 mil pediatras.
A Secretaria Estadual de Saúde informa que a contratação de médicos prestadores do SUS é de responsabilidade dos hospitais e que essa contratação está sujeita às particularidades e realidade do mercado de cada município ou região.
Desde 15 de julho, o Hospital Centenário, de São Leopoldo, atende somente classificação vermelha e internação pelo fato de não haver profissionais pediatras para completar a escala. Demais casos são orientados a procurar a UPA e unidades de saúde. A casa de saúde informa que está tomando providências para normalizar a escala médica o mais breve possível.
A direção da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH) informa que "tem buscado, diuturnamente, manter a escala de pediatras e tem aberto seguidamente processos seletivos simplificados para o preenchimento de vagas nesta especialidade inclusive".
No Hospital Lauro Reus, de Campo Bom, o diretor Leonardo Hoff informa que foram enfrentados problemas, há cerca de 60 a 90 dias, para fechamento da escala pediátrica, mas a dificuldade foi solucionada.